sexta-feira, 5 de junho de 2009

Olhar sem ver


No âmbito da apreciação descomprometida, do leigo, sabemos que os séculos de hábitos reiterados moldaram a cultura moderna, e conseqüentemente, nosso temperamento e disposição para com a arte.
Em geral, vemos o que queremos, e disto que vemos, pouco reflete o objeto em si, porque na verdade, antes da apreensão direta de uma visão inédita, buscamos no objeto observado aquilo que já conhecemos , buscamos encontrar na máscara ou na cabeça de bronze, aquilo que nos desperta para o mesmo prazer de conhecer as formas, a beleza, harmonia, identificarmos a técnica e maestria, enfim, gostamos muito mais dos processos intelectivos que iniciam com a visão. Preferimos reconhecer, antes de ver.

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